quinta-feira, 18 de junho de 2009

Lá vem mais falcatrua!

Por Ana Carolina Dinardo

José Sarney, presidente do Senado, declarou a imprensa nesta quinta-feira(18) que vai examinar as sugestões apresentadas por um grupo de 20 senadores que apontam mudanças administrativas, além de uma proposta de demissão do Diretor-geral do Senado, Alexandre Gazineo. Disse estar apto para estudar com “boa vontade” as oito propostas formuladas pelo grupo de parlamentares.

Na próxima terça-feira (23), a Mesa Diretora da Casa irá se reunir a fim de discutir as medidas. Sarney concorda com a realização de auditoria externa para esquadrinhar todos os contratos protocolados pelo Senado nos últimos anos. E ressaltou o seu apoio a realização de uma sessão extraordinária por mês no Plenário para definir em conjunto com 81 senadores a pauta de votações do período posterior.

O Senador do PMDB, porém, não se manifestou em relação ao pedido de demissão de Gazineo. Nem sobre a proposta de submeter à votação do Plenário a indicação do diretor-geral escolhido pelo presidente da Casa. Em relação à eliminação das vantagens acessórias, recebidas pelos parlamentares como auxílio-moradia não houve pronunciamento de opinião. É fato que eles (os senadores) não vão querer a eliminação, já que o escândalo veio à tona não custa nada deixar como estar, uma vez que o próprio presidente da Casa foi orientado a deixar a “poeira baixar”, claro, espera o povo esquecer.

A Comissão que investiga os atos secretos deve apresentar os resultados na segunda-feira (22) ao primeiro secretário do Senado, Senador Heráclito Fortes (PMDB –PI), com o objetivo de revelar as inúmeras medidas sigilosas para nomeações,exonerações e medidas administrativas, ou seja, as falcatruas dos senadores.

Futuro econômico incerto para GM

por Ana Carolina Dinardo

Após a oficialização da concordata da General Motors americana (GM), a maior produtora automobilística do mundo de 1931 a 2007, a GM do Brasil passa a pertencer também ao governo americano junto ao setor privado. A crise financeira mundial não produziu a queda da GM, só foi um meio para que se reveleasse que o símbolo do capitalismo americano havia quebrado.


A produção no Brasil, em abril deste ano, subiu 1,1% em comparação a março do mesmo ano. O fator preocupante foi a queda de 14,8% na produção em relação a abril do ano passado. O Governo americano, em contrapartida dos números, acredita que a concordata é uma grande oportunidade para que a GM se recupere com rapidez.

Porém, a verdade é diferente do que se espera. Uma vez que os processos de concordata são imprevisíveis, ou seja, a recuperação pode acontecer ou não. Não se trata de imediatismo. Até porque o contribuinte não irá resolver tudo. Além da grande concorrência de mercado das empresas que sobrevivem à crise.

A GM do Brasil está contida em um setor bo na empresa, contudo enfrenta um problema: A tecnologia adotada vinha de uma subsidiária da GM da Europa, que foi vendida para a Magna. Na prática a GM brasileira perdeu sua fonte de tecnologia e agora o futuro é incerto para as duas empresas. No meio desse desastre econômico vem sendo visto como solução que evitou uma tragédia maior: A falência da GM.



Jornalismo está de luto pela queda do diploma

Por Renata Brás

O Supremo Tribunal Federal decidiu derrubar a obrigatoriedade do diploma para a profissão de jornalista. Por 8 votos a 1 o STF atendeu ao recurso protocolado pelo Sindicato das Empresas de Rádio e Televisão do Estado de São Paulo (SERTESP) e do Ministério Público Federal (MPF), por entender que a exigência do diploma específico vai contra a uma das clausulas mais fortes da Constituição Federal: A liberdade de expressão.

Porém, aos olhos de alguns estudantes de jornalismo, o grupo no qual me incluo, essa medida tem argumentos fracos e incoerentes com a sua principal reivindicação. Todos nós, cidadãos relativamente bem informados, sabemos perfeitamente que há maus profissionais em todas as profissões, seja o jornalismo, o direito e até a medicina. Dizer que por ser uma profissão voltada para a área intelectual e não mexer diretamente com a vida das pessoas é a mais fraca de todas as idéias que envolvem este assunto, afinal é lógico que o jornalismo mexe com a vida das pessoas, ninguém vive sem a informação, ninguém faz compras, negócios, viagens e principalmente POLÍTICA, sem informação, sem a IMPRENSA.

Outro ponto contraditório é a liberdade de expressão versus a qualidade e credibilidade da informação divulgada. Vivemos na era digital onde todo mundo escreve textos para blogs na Internet (como este) com todo tipo de informação e conteúdo, cada um tira suas próprias fotos e lança na rede, qualquer um que saiba manejar uma câmera fotográfica, mexer na Internet e saiba um pouco, não muito, da língua portuguesa, se acha jornalista e sai publicando ‘matérias’ à vontade.
Bem, não estou criticando o avanço da tecnologia e a democratização do espaço virtual, apenas fazendo a ressalva de que, todos podem e devem expressar suas opiniões, mas divulgar uma informação para que a mesma seja tida como verdadeira e confiável é sim trabalho de profissionais preparados para apurar os fatos e divulgá-los da forma mais imparcial e correta possível.


Temos os fatores menos, digamos explícitos. Criada na época da Ditadura Militar para punir os crimes cometidos por jornalistas de forma específica, o que era claramente censura, a Lei de Imprensa, revogada há aproximadamente dois meses foi uma grande vitória na busca pela real liberdade de imprensa. Em um momento em que os profissionais de jornalismo estão tentando se organizar para formar uma classe mais forte e mais unida, batalhando pela melhoria da qualidade da informação, desenvolvendo novas formas para a divulgação dessa mesma informação, dando grande espaço para que o público participe das publicações, sejam elas em quais mídias forem, é muito triste que o diploma tenha caído.

A informação é tão vital na vida das pessoas como o Direito, a Medicina, a Engenharia. Ela deve ser tratada com seriedade e imparcialidade. Os profissionais devem cursar a faculdade para aprender as técnicas de apuração dos fatos, redação das notícias e publicação, além de aprender a legislação e o código de ética.

Para um país que pretende vaga no Conselho de Segurança da Onu, que acha petróleo a 2 mil metros de profundidade, que desenvolve vacina contra a Gripe A, quem tem um dos líderes mais conhecidos e respeitados no mundo, a queda do diploma de jornalismo é um grande retrocesso cultural. Isso mostra apenas que o Brasil continua com a tradição de não permitir que a imprensa fale mal de seus políticos, seus comandantes, por mais que estes estejam em péssimos lençóis com a sociedade. O Brasil tenta silenciar a única voz independente, que denuncia as irregularidades, os crimes e seus autores, que cobra respostas das autoridades que só se lembram da população de 4 em 4 anos. O maior fiscal da sociedade sofre um grande golpe, curiosamente junto com a explosão de mais um grande escândalo político envolvendo senadores, parentes e até ex presidente da república. Curioso, muito curioso.

domingo, 14 de junho de 2009

Ecolimite Desigual


Por Vanessa V. Gomes



Nos mês de Janeiro desse ano, moradores de prédios da Zona Sul denunciaram o avanços das construções e o desmatamento desordenado nas comunidades do Chapéu Mangueira, Rocinha, Pavão Pavãozinho. Uma semana depois, os secretários municipais de Ordem Pública (Seop), Rodrigo Bethlem, Urbanismo, Sergio Dias, e Meio Ambiente, Carlos Alberto Muniz sobrevoaram o local e detectaram as infrações cometidas pelos novos moradores.

A prefeitura na guerra contra a expansão decidiu implantar ecolimites nas comunidades mais populosas. O muro limitaria o crescimento e ajudaria a organização a secretária de ordem pública com cada casa. Desde então, a polêmica sobre o muro resgatou nas opiniões de alguns intelectuais nas comunidades cariocas.


"Cá para baixo, na Cidade Maravilhosa, a do samba e do Carnaval, a situação não está melhor. A ideia, agora, é rodear as favelas com um muro de cimento armado de três metros de altura. Tivemos o muro de Berlim, temos os muros da Palestina, agora os do Rio. Entretanto, o crime organizado campeia por toda parte, as cumplicidades verticais e horizontais penetram nos aparelhos de Estado e na sociedade em geral. A corrupção parece imbatível. Que fazer?", declara José Saramago


Para a diretora SOS Mata Atlântica, Marta Hirota, a criação do muro não é melhor solução e partindo da mesma tese, o Sociólogo Ignácio Cano diz que há um elemento de segurança pública escondido pelo governo para não aumentar polêmica.

Cinco meses depois, a polêmica dos Ecolimites chega a áreas nobres da Zona Sul (Humaiatá, Gávea, Lagoa, Jardim Botânico) como afirma a matéria do Jornal do Brasil de Marcelo Migliaccio e a prefeitura que em Janeiro declarou que construiria o muro é a mesma que concede licitações para construções de mansões em encostas.

Procurado pelo Jornal JB, o secretário municipal Sérgio Dias que a construção está autoriza, mas diante da reclamação, haverá uma vistoria.

Para o professor do Departamento de Geografia da PUC-Rio, Luiz Felipe Guanaes, a ocupação de encostas é inaceitável.

O ser humano, na sua mediocridade, tende a burlar as leis, pois pensa que não será flagrado. Quando se ocupa e desmata encostas, há enchentes no asfalto”. Declara o professor

No entanto, toda polêmica criada pela construção do muro gerou outro questionamento: a desigualdade até nos Ecolimites. A população com menor poder aquisitivo limita-se a decisão da Prefeitura e em outros bairros, o contrário é feito. A própria secretária de urbanismo libera a construções em morros, encostas.

Para o biólogo Mario Moscatelli, a resposta é simples:

Dizem que a lei é igual para todos, mas no Brasil isso é utopia”.

Entre as irregularidades mais comuns nos empreendimentos caros estão construção acima da altura de 100 metros, em inclinações de 45 graus e com número de andares superior ao descrito no projeto submetido à secretaria de urbanismo.